Wednesday, February 2, 2005

Debate elucidativo para as mulheresMedia e candida...

Debate elucidativo para as mulheres

Media e candidatos ignoram políticas

contra violência e discriminação das mulheres

Durante hora e meia os dois principais candidatos a primeiro-ministro para os próximos 4 anos explicaram as suas principais políticas. Preparararam-se durante dias e não se esqueceram de nehuma das mensagens que considerararam importantes transmitir aos eleitores e eleitoras.

Entre os entrevistadores, só um era mulher. Prepararam também com todo o cuidado as perguntas a que submeteram os debatentes, visando que os milhões de homens e mulheres que assistiram ao debate ficassem esclarecidos sobre quem escolher.

Nenhuma pergunta foi feita pelos entrevistadores nem nenhuma informação foi transmitida pelos candidatos sobre a política e estratégia da igualdade entre homens e mulheres, sobre a a luta contra todas as formas de discriminação e de violência sobre as mulheres. Nem sobre os mecanismos nacionais para a igualdade. Nem sobre a aplicação do princípio do "gender mainstreaming" e a aplicação de orçamentos organizados sob a óptica dos géneros.

Nenhuma referência sobre o cumprimento do Plano Nacional de Acção para a Igualdade. Nem sobre a estratégia da União Europeia para a igualdade e a luta contra a discrimininação e a iiolência sobre as mulheres.

Silêncio total sobre a forma, estratégia, mecanismos, orçamentos e objectivos para cumprir uma das tarefas fundamentais que a Constituição impõe desde 1997: a implementação da igualdade entre homens e mulheres.

Silêncio absoluto sobre a igualdade de acesso das mulheres à vida política, ao poder e à tomada de decisão.

Nada sobre a "capa de medo" que o insuspeito filósofo José Gil diz cobrir as mulheres de todos os estratos da nossa sociedade.

Basta de silêncio. Há dez anos que ocorreu a Conferência Mundial sobre as Mulheres em Pequim. As mulheres não podem tolerar por mais tempo esta androcracia do masculinato lusitano.

As mulheres saberão usar a arma do voto para lutar pelos seus direitos humanos.



Combata a discriminação e a violência.

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Tuesday, February 1, 2005

José Gil, filósofo e ensaísta um dos "25 grandes ...

José Gil, filósofo e ensaísta

um dos "25 grandes pensadores do mundo"

"A violência doméstica em Portugal

está a descobrir-se. Agora!"

Na interessante entrevista de Elisabete França do Diário de Notícias, o filósofo e ensaísta José Gil, autor de "Portugal Hoje - o Medo de Existir" faz afirmações que testemunham a situação da mulher, mais de um quarto de século sobre o derrube do velho Estado Novo.

Uns & Outras congratula-se com o justo reconhecimento internacional da alta craveira deste intelectual considerado pelo Nouvel Observateur, como um dos 25 maiores pensadores de todo o mundo que representam a consciência do tempo actual e são percursores do futuro. Com a devida vénia sintetiza, dois dos pensamentos do insigne filósofo. Começamos com este:

"Os 'brandos costumes' escondem hipocritamente a violência doméstica em relação às mulheres e crianças".

Quando Elisabete França pergunta a José Gil: "o medo que nos entravava no salazarismo entrava-nos, actualizado?", obtém esta resposta directa do filósofo atento ao mundo que o rodeia:

"No limite não se sente, mas indica-se a si próprio pela estereotipia dos comportamentos inibidos, a incapacidade que temos de enfrentar e dizer a verdade, as armadilhas duma superfície dita pública, onde é permitido discutir mas com delimitação invisível, cobrindo o que se diz por baixo. Por exemplo, a violência doméstica em Portugal está-se a descobrir. Agora!

Que capa de medo, privado e e atravessando todos os estratos sociais, cobriu as mulheres?"

Este é o retrato insuspeito e arrepiante da situação actual das mulheres no nosso país, tantos anos depois da Convenção Sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher e Convenção para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de o Estado Português ter sido obrigado constitucionalmente a ter entre as suas tartefas fundamentais o estabelecimento da igualdade ente homens e mulheres.

Porquê a persistência desta capa de medo a cobrir as mulheres de todos os estratos sociais?

Compete às ONGs militantes da igualdade, em particular às ONGs de mulheres, a urgente aplicação da estratégia que rasgue esta capa de medo e esta prática abusiva da violência doméstica, que ofende brutalmente os direitos humanos das mulheres.

A igualdade não cai do céu. Conquista-se.


Combata a discriminação e a violência.

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